Se liga nessa: a maioria dos jogadores sabe que Black Desert Online é um MMORPG buy-to-play que custa US$10, certo? Só que essa cobrança vale mesmo só para América e Europa. Na Coreia do Sul, Japão e Rússia, o jogo é free-to-play, totalmente grátis pra baixar e jogar.

Modelos diferentes para regiões diferentes

Essa divisão por região é meio estranha, não é comum ver isso. A Pearl Abyss, que roda o Black Desert Online globalmente, adapta o modelo de negócio conforme o mercado local, competição e cultura. Então, enquanto na América e Europa você paga o jogo na entrada, em outros países o jogo é de graça.

Quando o jogo já ficou grátis

Na verdade, Black Desert já ficou grátis algumas vezes desde o lançamento. A primeira foi entre 27 de fevereiro e 2 de março de 2020, quando a Steam liberou o jogo base sem custo. Depois, em janeiro de 2025, a Pearl Abyss deixou os jogadores reivindicarem o jogo permanentemente de graça, e ainda rolou outra promoção gratuita em julho de 2025. Além disso, já teve fins de semana grátis ao longo dos anos.

Grátis na Coreia e em outros países asiáticos

Na Coreia, o jogo foi lançado já free-to-play. Lá, os jogadores estão acostumados com MMOs grátis no começo, que faturam vendendo cosméticos, buffs de conveniência e assinaturas premium. Cobrar na entrada limitaria a base já no lançamento. O game virou um dos principais MMOs da Coreia, focando em microtransações e jogatina em cyber cafés.

Japão e Rússia seguem esse mesmo esquema: o jogo é grátis para baixar, com venda opcional de itens como roupas, pets e “Value Packs” com buffs de experiência e comércio por 30 dias. Dá para explorar o mundo aberto e fazer tudo sem gastar um centavo.

Por que o ocidente paga?

No ocidente, Black Desert Online segue buy-to-play. Na estreia em 2016, a publisher Kakao Games quis evitar o estigma de ser “free-to-play” e posicionou o jogo como premium, sem assinaturas ou paywalls, só a compra única. A Pearl Abyss manteve isso.

Muitos fãs do ocidente aceitam essa cobrança porque traz um pouco de exclusividade e teoricamente afasta bots e vendedores de ouro. Também bate com a expectativa dos jogadores, que veem free-to-play como sinônimo de pay-to-win. Cobrar na entrada serve para comunicar que o jogo é mais justo e premium, embora a loja dentro do jogo seja igual nos dois modelos.

Contradição e cultura

É meio louco pensar que estamos jogando o mesmo jogo, com mundo, mecânicas e combate iguais, mas com barreiras diferentes para entrar. Na versão grátis, o jogo cresce rápido por não existir atrito de pagamento. Na versão paga, o público é menor, porém mais investido. Parece que a Pearl Abyss achou que os jogadores do ocidente aguentariam pagar para ter uma experiência mais “séria” de MMO.

A cultura local conta bastante. Na Coreia e Japão, os cyber cafés são super importantes para o PC gaming, então o jogo precisa ser fácil e rápido de acessar, mesmo sem pagar. No ocidente, a cultura é de posse: o jogador quer comprar e ter o jogo para sempre. Os desenvolvedores adaptaram o faturamento ao estilo de vida de cada região.

Mesmo nas regiões free, tem microtransação: os jogadores compram pets, roupas e buffs pra facilitar a vida. No ocidente, isso também existe, mas só que depois de pagar os US$10. No fim das contas, os dois lados acabam pagando quase a mesma coisa a longo prazo.

Resumindo: fico pensando como e por que Black Desert Online ainda não é free-to-play no ocidente. Fica essa dúvida aí para a galera.

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